sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Anarchicks

Existem projectos que se vêem crescer e quase nascer, que não me levam a fazer nada por eles, outros que pelo seu potencial merecem ser acarinhados. O caso das Anarchicks foi o segundo, não só a música é actual como a banda respira uma boa onda contagiante e uma vontade de trabalhar para chegar mais longe. Ainda para mais, num meio que é considerado muito masculino, apanhar com 4 miúdas com vontade de rockar e faze-lo pelo simples prazer de o fazer é algo que me deixa de sorriso rasgado.  
Nuno Calado

Se a música é uma arma , elas são o gatilho!!
 
4 Miúdas juntaram-se em 2011 para fazer uma Revolução.
1 Guitarra, 1 Baixo, 1 Sintetizador, 1 Bateria e 4 vozes dissidentes chegam para semear discórdia e inquietar os ouvidos da multidão.
Disparam música em todas as direcções, sem preconceitos nem compromissos: Anarchicks não dão satisfações a ninguém! Desde o Pop, Punk, Funk com cheirinho a Kuduro, Disco, Rock oblíquo com tendências Psyco, Gothic trips, and so on, and so on...
 
Elas são:
- Pris, aka Playgirl (voz, baixo e synth), fundadora do projecto de electrónica rock Press Play, tocou baixo e synth em U-Clic e também faz actualmente parte do projecto Ilplaygirl.
- Helena aka Synthetique Red no baixo, synth e voz, fundadora dos extintos Mediatic Slaves, foi também baixista/teclista de vários projetos e faz actualmente parte do projecto de música electrónica After101.
- Catarina aka Katari na bateria tocou em Act of Anger e Living Dead Act, 2 projectos da cena Margem Sul Hardcore, recentemente colaborou com JESUS K & the sicksicksicks é, actualmente, também baterista e vocalista no projecto CASAL VENTOSO.
- Ana aka JD, na guitarra e baixo, foi membro fundador (baterista) dos Random Notes, um projecto Funk, guitarrista em Too Much To Touch e actualmente, além das Anarchicks, está em Oh! Darling, um projecto de tributo a Beatles, como guitarrista/teclista. De resto, também produziu umas faixas para Plastic Poney.
 
Depois de lançarem o EP "Look What You Made Me Do" por si próprias, lançarão em Janeiro de 2013 o seu primeiro longa duração intitulado "Really?!" pela Chifre. Gravado nos Blacksheepstudios por Makoto Yagyu (Paus, If Lucy Fell) e Fábio Jevelim (Riding Pânico), com mistura e masterização de Pedro Chamorra (Voxels) que tem também no seu currículo a mistura de músicas do álbum Komba dos Buraka Som Sistema. Já disponível está o primeiro single, Restraining Order, a ser retirado deste futuro álbum.
 
Texto com a cortesia: Chifre
 

Uma caixa cheia de música foi o que a Chifre nos proporcionou na noite de 25 para 26 de Janeiro no Musicbox.
Se o mote era o Girl Riot, o aperitivo serviu-se no masculino com os Twinchargers com analogias a um rock de garagem e com uma prestação cheia de feeling, que serviu na perfeição para aquecer as hostes e deixar boas indicações para o futuro.
Estavam assim abertas as festividades, enquanto se ultimavam os preparativos no backstage, para a entrada das Anarchicks que iriam tocar para uma sala esgotadíssima, deixando do lado de fora dezenas que perderam a oportunidade de se juntarem a esta celebração.
Com uma parte cénica a mostrar-nos filmagens das intervenientes, conseguiram criar uma atmosfera descontraída e real do universo Anarchicks. Palheta no decote, baquetas à cintura e franjas aprumadas, dá-se assim início ao concerto com uma intro original e feita para a ocasião.
Executam freneticamente e com garra, desenvoltura e consonância as músicas do álbum em questão, passando também pelo primeiro EP, “Look What You Made Me Do”, através dos temas «Bored» e «Endless Love», havendo como bónus um tema original que poderá fazer parte de um próximo trabalho – «And it feels good too», assim como a presença muito saudada de Da Chick na música «Dance».
Seria com «Restraining Order» – música do single e videoclip, que o público entraria de feição naquele que já estava a ser um concerto em que o pé não parava e que foi feito sempre em crescendo, com a banda e o público a entrarem em sintonia e a acabarem em união de facto num encore com a repetição do single e uma música nova – «Daddy was a punkrocker» que, mesmo em fase embrionária, fizeram questão de partilhar e que funcionou como ponto final para esta noite e vislumbre do que poderemos esperar num futuro próximo destas Chikas.
Se houve peripécias e tombos acidentais, mas bem contornados, diremos então que não tentem “empurrá-las”, porque elas estarão sempre prontas a levantar-se!
 

A Rua de Baixo conversou ainda com as Anarchicks ainda no seguimento do lançamento do novo álbum “REALLY?!”, fez perguntas sobre factores importantes para a banda e avança com algumas opiniões dos seus quatro elementos, as quais transcrevemos abaixo:
Dêem-nos uma definição do que acham ser este álbum e de que forma ele se torna uma motivação
Helena (Synthetik) – O álbum… é o primeiro capítulo de um livro que espero ser longo… É o resultado da nossa química musical e de nós mesmas, de tudo o que demos à música. Este é o concretizar da nossa vontade de tocar, de compor, de vibrarmos com a música que fazemos. E logo, também, é um grito de vontade e de liberdade, em fazermos o que queremos na vida, e de lutarmos pelos nossos sonhos. Queremos convidar toda a gente a partilhar a música connosco e, se gostarem, a fazerem parte desta história que estamos a escrever. Miúdas, venham tocar!
Expliquem-nos: como têm reagido a todo este hype, e de que forma isso vos influencia?
Nós não nos preocupamos muito com isso e nem ajudamos a criar o hype. Pelo contrário até, queremos provar que somos mais do que isso, que estamos aqui para ficar, e não somos uma moda passageira, e que o nosso valor e o que nos move é a música e é isso que é importante para nós.
De onde e como surgiu o nome e participação de Da Chick?
Priscila (Pris) – A Da Chick estava presente num concerto que demos na Officina no Dia da Mulher. Perguntámos-lhe se queria improvisar connosco numa música chamada «Rockstars», ela aceitou. Mais tarde lembrámo-nos de a convidar para participar numa faixa, nomeadamente a «Dance».
Relativamente aos StoryTailors, de onde surgiu a ideia de filmarem lá o videoclip?
Pris – Nós demos um concerto na loja, na Lisbon Week, e adorámos o espaço. Falámos com eles e eles aceitaram.
 
O que não “se enquadra” nos vossos objectivos enquanto banda?
Catarina (Katary) – O que não se enquadra nos nossos objectivos enquanto banda… Segundo a minha visão pessoal (porque nunca falámos muito aprofundadamente sobre isso):
- Vender a alma
- Fazer playback
- Fazer coisas com as quais não nos sintamos confortáveis
- Agradar aos outros sem nos agradar a nós próprias
- Não sermos livres
- Parar de fazer música compulsivamente… Isso não é para nós!
Qual a importância do vosso passado como músicos no presente projecto?
Katary – O nosso passado tem importância no nosso presente musical. Foi ‘ele’ que nos trouxe até onde estamos: a fazer música com as Anarchicks. As vivências que tivemos em tudo desenharam o nosso perfil pessoal e musical. As pessoas com que tocámos, as músicas que fizemos e ouvimos, tudo isso está impresso no nosso ADN, como uma tatuagem que nunca vai sair. Sinto que até os episódios mais, aparentemente, insignificantes, tiveram a sua cota-parte para ser o que sou hoje enquanto músico. Os álbuns que rodaram em loop na minha aparelhagem, as bandas que idolatrei, está tudo inscrito na música que fazemos.
A música para vocês é uma “arma” em que sentido?

Ana (JD) – A música é uma arma no sentido em que serve para mudar mentalidades e, no fundo, mudar um pouco o mundo.
Qual o panorama actual aos níveis nacional e internacional para as Anarchicks?
JD – Esperamos muitos concertos, e muita música nova. Espero também começar a quebrar a barreira desse “País chamado o estrangeiro”.

Texto com a cortesia: Rua De Baixo

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