segunda-feira, 6 de maio de 2013

Grandiosidade Magnética ou o Poder de Absorção


Sim. Porque nos absorve mesmo. Funde-nos consigo e sabe bem como o faz. Sempre. Golpes que ferem como gritos e surpreendem a cada curva. A Mãe Natureza no Dia da Mãe, magnetiza os que Lhe prestam a devida atenção e Lhe comtemplam a grandiosidade. Em comparação com a pequenez da nossa existência naquena paisagem enorme...
 
É este o cenário que se pode observar. E é aqui que se sente o nobre poder do silêncio. A Primavera permite-nos esta paleta de cores e toda a serra se cobre deste tons, polvilhados de quando a quando por Aldeias incrustadas no terreno e que merecem visitas pormenorizadas... Conheço algumas. Posso enumerá-las; Merujal, Mizarela, Ponte de Telhe, Covêlo de Paivó, Silveiras, Regoufe, Drave, Gourim, Meitriz, Covas do Monte e Covas do Rio, Aldeia da Pena, Rio de Frades, Cabreiros ou Janarde e basta percorrer as cumeadas da Freita para as encontrar. Ora na rudez do trabalho da terra, amanhada em sucalcos esculpidos em fragas doutrora, ora na simplicidade e simpatia das suas gentes, reside a beleza deste local.


Cabras e Ovelhas descem os penhascos em encostas coloridas...


Uma pequena incursão em terra batida. Já as barrigas davam horas e os incautos procuravam uma sandes, numa loja ou café de aldeia. Depois de algumas tentativas e desta passagem pelo Parque de Campismo do Retiro da Fraguinha, encontramos já em Regoufe umas sandes soberbas de queijo típico e paio caseiro. Trouxe um. Mas a minha sandes ia de casa. Nestes locais "menos modernos" manda a lei levar uma bucha.
 



Pedras bem amontoadas dão casas e abrigos de montanha que não me importava de ter ali. Para passar umas temporadas à beira de um dos tantos cursos de água que correm por estas encostas escarpadas. Em alguns dos locais mais planos surgem leiras como esta, onde pastam cavalos como este ou vacas e bois de Raça Arouquesa. O conhecido Bife de Alvarenga é desta carne de vaca certificada.
 



Daqui para cima só o céu. Um carrossel de curvas, descidas longas ou subidas ziguezagueantes e íngremes. As Vespa sofreram mas gostam é disto e pedem mais uma dose.
 



Com um percurso mais largo do que o previsto e com a memória em intermitência, à luz da distância temporal desde as últimas vezes, passamos ligeiramente pela Serra de São Macário.


Chegamos a Regoufe. Uma das aldeias que enumerei. Há anos que aqui não vinha. Fiz aqui muitos dos percursos pedestres que estam marcados na serra. Noto principalmente, passados quase dez anos, um aumento de terras cultivadas. É bom e é um sinal dos tempos! Regresso à terra?


Este rafeiro simpático e muito fotogénico foi a nossa companhia à hora do almoço.
 



Verdejantes pastos. Vistos de cima, junto ao acesso ao Núcleo Mineiro da Aldeia. Volfrâmio. Aqui e em Rio de Frades, alemães e britânicos escavaram em lados opostos as encostas. Retiraram das jazidas o mais duro  dos metais e o que tem a temperatura de fusão mais elevada. Tenho mais umas imagens porreiras que partilharei num posterior postal aqui no Vermelho.
 

3 comentários:

  1. Simplesmente, Parabéns!

    Serras da Freita/Arada/São Macário + fotos do Barreto = maravilha

    Continuação de bons kms para ti.

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  2. Muito bom esse passeio, paisagens fenomenais.
    A reportagem, como sempre, muito enriquecedora, fazendo sentir como se lá tivesse-mos estado.
    fica para uma próxima breve....
    Abraço , João Catarino

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  3. Barreto,

    Bom post.:-) A Freita é daqueles locais que conheço mal, já lá fui várias vezes, mas quase sempre de noite (!), no velhinho Rali de Portugal, onde invariavelmente o Armin Schwarz chegava em primeiro, e batia sempre no troço da Freita.
    Depois disso só lá passei uma vez de dia, no Lés a Lés que acabou no Porto, e o RB estava desenhado por conhecedores da zona, vimos alguns tesouros, mas sem terra.
    Hei-de lá voltar, pena ser tão longe.

    Abraço,
    Vasco

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